Dono da JBS gravou presidente Michel Temer dando aval para compra do
silêncio de Eduardo Cunha e senador afastado Aécio Neves (PSDB) pedindo R$ 2
milhões.
Por
G1, Brasília
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Post de Fernando Henrique Cardoso (Foto: Reprodução) |
O ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quinta-feira (18) que os políticos
atingidos pelas delações de executivos do frigorífico JBS "têm o
dever" de dar explicações e que, se elas não forem convincentes, devem
"facilitar a solução" para a crise política, nem que seja com a
"renúncia" aos seus cargos. Ele defendeu que a saída para a crise
deve ocorrer "no absoluto respeito à Constituição."
Na quarta (17),
o jornal "O Globo" revelou que o dono do JBS, Joesley Batista, gravou
o presidente Michel Temer dando aval para a compra
do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Batista, ainda
de acordo com o jornal, também gravou o presidente do PSDB e senador afastado
Aécio Neves pedindo R$ 2 milhões para
pagar despesas com advogados. Aécio foi afastado do cargo pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) e a irmã dele foi presa pela Polícia
Federal.
"Os
atingidos por elas [denúncias] têm o dever de se explicar e oferecer à opinião
pública suas versões. Se as alegações de defesa não forem convincentes, e não
basta argumentar são necessárias evidências, os implicados terão o dever moral
de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia. O país tem pressa.
Não para salvar alguém ou estancar investigações", afirmou FHC em texto
publicado em sua página no Facebook.
Ainda de acordo
com o ex-presidente, "a solução para a grave crise atual deve dar-se no
absoluto respeito à Constituição." A eventual saída de Temer implicaria na
realização de eleições indiretas, ou seja, o novo presidente seria escolhido
pelo Congresso. Isso porque resta menos da metade do mandato presidencial, que
teve início em 2015.
Fernando
Henrique disse ainda que "é preciso saber com maior exatidão os fatos que
afetaram tão profundamente nosso sistema político e causaram tanta indignação e
decepção" e defendeu a "publicidade" das gravações envolvendo os
políticos, que estão sob sigilo.
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(Foto: Editoria de Arte/G1) |
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